[Graças a Deus nossos Bispos estão falando, um pouco timidos ainda é verdade, mas estão falando e "para um bom entendedor, meia palavra basta"... Parabéns! Que Maria Santíssima interceda por eles junto a Deus!]
A minha palavra é destinada a todos os
diocesanos e às pessoas cidadãs, de boa vontade, querendo assim
contribuir para a vida do nosso povo no momento tão especial como
estamos agora vivendo, com a chegada das Eleições. Faço isto vendo a
grande importância da participação política dos cristãos na vida social,
para construir uma sociedade fraterna, justa e solidária.
É
importante acompanhar o processo político, vendo de perto o perfil dos
candidatos para criar consciência e responsabilidade, ajudando assim nos
destinos do País e do Estado. Sabemos que o papel do eleitor vai além
do seu voto. Começa pelo conhecimento dos candidatos, sua vida, atuação,
propostas e posturas apresentadas. Continua depois, acompanhando a
gestão dos que forem eleitos.
A sociedade almeja uma ética na
política e uma coerência dos políticos. Não é por acaso que tivemos a
iniciativa popular para criar a Lei chamada “Ficha Limpa”. Para que ela
seja aplicada, efetivamente, é preciso haver uma mudança de mentalidade e
de ação, tendo em vista uma política marcada por princípios e valores
éticos fundamentais para o povo.
A Palavra de Deus e a Doutrina
Social da Igreja, seguramente credenciadas por uma prática histórica
milenar, podem dar fundamentos para isto. Aí os candidatos devem buscar
os critérios de ação, dando aos eleitores as bases para o exercício da
cidadania para um voto consciente e comprometido podendo, dentro do
processo, agir com corresponsabilidade.
Alguns dados devem ser
identificados nos candidatos, sem os quais não merecem o sufrágio dos
cidadãos cristãos. Um deles é se defendem a vida, da concepção até a
morte natural, já que a vida é o maior dom que todos temos. Não merece o
nosso voto quem tem iniciativas contra a dignidade das pessoas e das
famílias, defendendo o aborto e a eutanásia.
Quando a pessoa
governa, deve ter em mente o bem comum, olhando para os mais pobres,
promovendo uma sociedade mais fraterna e em condição de todos terem vida
com dignidade. Para isto deve cuidar da saúde, educação, moradia,
trabalho e justiça social. Os interesses do povo precisam estar acima
dos particulares. É bom candidato quem é comprometido com o bem comum.
Olhar
também o comportamento ético dos candidatos: sua honestidade,
competência, transparência, vontade de servir o bem comum, idoneidade
moral e suas propostas de ação política. As propagandas podem ocultar os
interesses particulares do candidato. Olhar se seu histórico não é de
corrupção e de má gestão, de “ficha suja” e de uso da máquina pública
para fins eleitoreiros.
Não transformar o voto em mercadoria. Ele
não pode ser vendido. Tanto quem compra, como quem vende, é corrupto. É
atitude que deve ser denunciada à Comissão Contra a Corrupção Eleitoral,
da Lei 9840, que deve tomar as devidas providências. Diante de tudo
isto, suplico a Deus para iluminar e abençoar a todos, candidatos e
eleitores, nessas próximas Eleições.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Bispo de São José do Rio Preto, SP
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