sábado, 15 de maio de 2010

"Sou mesmo escrava e obrigada a sorrir" - Miriene Fernandes

Está circulando por e-mails, uma carta de Miriene Fernandes, Consagrada do Regnum Christi, braço laico dos Legionários de Cristo, Ordem fundada pelo padre Marcial Maciel, em resposta à matéria da revista Veja desta semana intitulada "Os Legionários do Anticristo".

Vale a pena ler na íntegra. Segue abaixo:


"SOU MESMO ESCRAVA E OBRIGADA A SORRIR

 

O artigo que uma das revistas mais lidas do Brasil publicou esse domingo gerou muita polêmica.

Como eu sou viciada na verdade decidi aproveitar a deixa que o jornalista André me deu para dizer as coisas como são.

É uma pena que uma revista tão renomada não tenha investigado melhor as coisas para dizer verdades mais profundas. Por isso quero aproveitar para fazê-lo. Que me perdoem as pessoas que tentam defender negando certas verdades.

SIM, SOU ESCRAVA

Há 12 anos, 2 meses e 12 dias respondi a uma proposta maluca de um tal senhor chamado Jesus Cristo de segui-lo. A partir desse dia decidi dizer a mesma frase que a mãe Dele pronunciou: “Eu sou a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” Lc 1, 38.

Não há maior liberdade que dar a vida livremente por amor.

Deus me chamou para ser Sua esposa. E eu optei livremente por ser sua escrava. Por não ter mais vontade que a Dele.

O amor sempre leva a renuncias. E eu não as chamaria precisamente de escravidão. Eu as chamaria de amor.

Quando eu era adolescente e namorava queria ir à praia aos domingos, mas passava a tarde em frente à TV vendo jogos de um time que não era o meu por amor. Quando uma mulher opta por ter um filho é obrigada a levantar à noite na hora que a criança chora para dar de comer. Mas isso não é escravidão, é amor. Quando passa o capitão, o soldado pára o que está fazendo e bate continência. Isso não é escravidão, é disciplina e amor à Pátria. Um primo trabalha em um navio onde não tem acesso à internet e fica um mês sem comunicação com a esposa e o filhinho, mas isso não é escravidão, é trabalho.

Por que o que eu faço é escravidão?

O que faço é seguir a Cristo, viver o Evangelho.

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. Mt 16,24

“Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? (…) Vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me” Mc 10, 17 e 21

Está bem, sou escrava. Sou livremente escrava do amor de Deus e não quero que ninguém assine minha carta de alforria.

SIM, SOU OBRIGADA A SORRIR

Passei minha vida, minha adolescência esperando encontrar um amor que fosse para sempre, que não acabasse, que fosse infinito.

Encontrei o maior amor do mundo, o Homem perfeito e livremente optei por ser sua escrava.

E Ele me obriga mesmo a sorrir. Não me obriga com açoites, nem com castigos, nem com prisões.

O que me obriga a sorrir é o amor que Ele me dá e que trasborda sem querer.

O que me obriga a sorrir é a felicidade que tenho dentro. Por mais que eu queira não dá pra disfarçar. Não posso evitar. Não conheço nenhuma jovem apaixonada que não ande por aí rindo à toa. E eu sou uma jovem apaixonada há 12 anos pelo Deus com quem me casei.

Que pena que o mundo não possa entender que Cristo é apaixonante!

NÃO POSSO ESTUDAR?

Aqui sim faltou investigação!

Deveriam ter dito que como escravas somos obrigadas a estudar. Haveria maior verdade no artigo.

Estou formada em educação pela Universidade Anahuac do México. Atualmente curso Ciências Religiosas no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum de Roma. Esse ano faço minha monografia de fim de curso. No próximo ano começarei minha especialização em psicologia feminina.

Em dezembro de 2008 lancei meu primeiro livro ¨Viver Pra Valer¨ e esse ano em agosto pretendo lançar o segundo.

Isso é somente a minha experiência. Faltam outras 900. Agora que o leitor julgue se isso é fruto de alguém que é proibida de estudar.

Não perco as esperanças que algum dia nossos jornalistas investiguem as coisas antes.

Miriene Fernandes
Consagrada do Regnum Christi"

--
No Amor do Amado,

Diogo Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário